LEARNING THEORIES AND THE DESIGN OF E-LEARNING ENVIRONMENTS - EDU620-2.1

Design de Ambientes de Aprendizagem

Conteúdo organizado por Tatiana dos Santos em 2018 do livro Learning Environments by Design, publicado em 2015 por Catherine Lombardozzi. Revisão 2020

Design de Ambientes de Aprendizagem

Objetivos de Aprendizagem

Design de Ambientes de Aprendizagem

Os teóricos da aprendizagem e os pesquisadores entenderam que não "ensinamos" tanto quando criamos um ambiente no qual as pessoas possam aprender. Os facilitadores de aprendizagem projetam experiências e atividades que permitem que as pessoas entendam novos conceitos, aprendam os conhecimentos necessários e ganhem habilidades necessárias. Acredita-se que essas experiências e atividades estão inseridas no local de trabalho em vez de reunidas em um curso formal. O aprendizado é uma consequência natural das interações cotidianas e do trabalho em andamento, e a necessidade de obter conhecimento e habilidades é mais imediata e não pode ser relegada apenas ao material didático formal.

Quando precisamos apoiar o aprendizado de uma base ou habilidade de conhecimento específica, devemos expandir o alcance de nossos esforços para o local de trabalho. Pensamos sobre todas as diferentes maneiras pelas quais as pessoas aprendem, como já discutimos nas aulas anteriores, e criamos um ambiente que torne acessíveis os recursos de aprendizagem e dê às pessoas o apoio que elas precisam, quando e onde precisam. Essa é a visão que o design do ambiente de aprendizagem se concretiza.

Um ambiente de aprendizagem é uma coleção deliberadamente organizada de recursos e atividades relacionadas a uma necessidade de conhecimento específica, que pode acontecer em ambientes de educação formal e não formal.

Vamos resgatar a metáfora do meio ambiente: é uma imagem que engloba todos os componentes que cercam os seres vivos. Em um bom ambiente, os componentes contribuem para o bem-estar e o crescimento. Em uma paisagem bem projetada, por exemplo, o meio ambiente inclui luz solar, solo, água e outros elementos, e o paisagista garante os elementos certos para ajudar as plantas desejadas a prosperarem.

Assim também, acontece com os ambientes de aprendizagem, que se destinam a ajudar as pessoas a aprender e se desenvolver, sendo projetados com a utilização de uma ampla gama de componentes que apoiam essa empreitada.

Componentes de Ambiente de Aprendizagem

Listar todos os componentes importantes de um ambiente de aprendizagem seria tão desafiador quanto listar todas as plantas possíveis para crescer em um jardim. Espécies de plantas possuem múltiplas variedades, e novas são criadas todos os dias. Ao plantar um jardim, as escolhas dependem do clima, da localização, do tipo de solo e das preferências do jardineiro.

Um processo semelhante ocorre ao se projetar um ambiente de aprendizagem. Há um mundo de opções de recursos e atividades. E, como novas possibilidades são criadas constantemente, seria impossível listar todas elas. Mesmo assim, é importante começar com uma lista sólida de componentes potenciais a serem incluídos (pessoas, treinamento e educação, práticas de desenvolvimento, práticas de aprendizagem experiencial, motivação e autodireção do aluno), com base nos quais podemos organizar diferentes recursos, atividades e práticas de aprendizagem.

É comum a sugestão de ferramentas específicas como blogs ou microblogs, software de captura de tela e ferramentas de vídeo, tendo em vista que os professores podem usá-las para criar e adicionar aos componentes de aprendizagem disponíveis no ambiente. Designers, geralmente, incluem links para esses tipos de ferramentas, quando eles criam os portais de aprendizagem, que atuam como o ponto de entrada para o ambiente de aprendizagem.

É importante notar quão flexível é um ambiente de aprendizagem, incorporado em relacionamentos e práticas de trabalho. Embora um portal eletrônico seja frequentemente útil para a organização de materiais e atividades, o ambiente físico é onde ocorre o relacionamento interpessoal, presente no virtual apenas pelas ferramentas de comunicação.

A lista de componentes é compilada a partir de um conjunto maior de itens potenciais derivados de modelos educacionais e experiência de longo prazo. Aqueles familiarizados com as teorias vão notar elementos de aprendizado combinado, transferência de aprendizagem, aprendizado informal e teoria e prática de aprendizagem social, juntamente com ideias oferecidas pelo gerenciamento pessoal do conhecimento e defensores do conhecimento construtivista. Olhar através desses fluxos de pensamento produz uma lista muito rica de possíveis recursos cognitivos, atividades e práticas que foram categorizados para facilitar a identificação e a seleção.

Recursos

São vários os recursos que podem ser utilizados na construção de ambientes de aprendizagem. Podemos listar todos os tipos de materiais a serem acessados para essa prática; eles podem ser recursos físicos (como livros, revistas, equipamentos ou artefatos) ou podem ser acessados eletronicamente por um computador ou pela internet. Bases de dados, vídeos, apresentações eletrônicas, auxílios de trabalho e manuais também são recursos potenciais. Quando os alunos pesquisam informações na internet ou descobrem como fazer alguma coisa, estão acessando recursos. Eles também podem acessar bibliotecas ou outros espaços físicos, onde materiais de referência e outros recursos de aprendizagem podem ser encontrados.

Os recursos são úteis para comunicar o conhecimento explícito, que é valioso para as pessoas que são novas em uma função ou tarefa, bem como para apoiar o aprendizado just-in-time e oferecer um suporte de desempenho mais direto. O desafio é encontrar recursos que estejam no nível certo, que sejam de alta qualidade e que sejam relevantes para um contexto particular. Os alunos precisam acessar as informações e depois descobrir como efetivamente aplicá-las.

Pessoas

A categoria de pessoas reconhece o fato de que os relacionamentos são fundamentais para a aprendizagem. Ou seja, com base no teoria histórico-cultural que estudamos anteriormente, as relações sociais são fundamentais para o aprendizado. Face a face ou on-line, as pessoas podem oferecer sabedoria, feedback, respostas rápidas, insights e modelagem, troca de saberes, entre outras coisas. Em suma, eles fornecem as conexões interpessoais ativas necessárias para uma profunda compreensão e colaboração.

Esses relacionamentos podem ser profundos (como entre mentores e mentorados) ou bastante distantes (como especialistas seguidos no Twitter). As pessoas comunicam o conhecimento através das interações interpessoais, ensino, orientação, respostas a perguntas e discussão e são coaprendentes e colaboradores. Embora onipresente, o aprendizado através de interações com os outros, muitas vezes, está longe de ser uma questão simples, exigindo confiança, comunicação efetiva e acompanhamento.

Treinamento e Educação

O treinamento formal e a educação são extremamente valiosos quando as necessidades do aluno e os objetivos do curso estão alinhados.

Os cursos podem ser baseados em sala de aula, podem ser on-line, e-learning, de autoestudo, por treinamento no local de trabalho ou oferecidos em alguma combinação dessas modalidades. Eles podem ser por crédito ou não; oferecidos dentro de uma organização ou por uma instituição educacional, organização profissional ou fornecedor. O grau em que as pessoas aprendem com treinamento e educação depende muito da qualidade dos cursos e do modo como são planejados os processos de ensino e aprendizagem. Pesquisas mostram que a retenção e a aplicação dependem da relevância, do envolvimento profundo, da prática e do feedback. O aprendizado não ocorre apenas através do aproveitamento de conhecimentos e habilidades de outras fontes; muitas vezes, ocorre através do processamento das próprias experiências e das trocas com os pares.

Práticas de Desenvolvimento

A categoria de práticas de desenvolvimento engloba práticas que a organização e sua equipe de gerenciamento podem implementar para apoiar a aprendizagem. Essas práticas exigem o envolvimento ativo de supervisores e gerentes e desempenham um papel importante na aceleração do crescimento dentro da organização. Os gerentes podem garantir o desenvolvimento de uma cultura em que a aprendizagem autodirigida possa prosperar, oferecendo coaching e feedback, bem como atividades de reflexão em grupo e de melhoria contínua.

Programas de desenvolvimento, observação e comentários sobre o trabalho, estratégias para compartilhar lições aprendidas entre a equipe e projetos de aprendizagem são apenas algumas das outras maneiras pelas quais as organizações apoiam as práticas de ensino e aprendizagem. Em programas acadêmicos, pode haver oportunidades de debater regularmente experiências baseadas no trabalho e conectar os alunos uns com os outros de forma contínua. As práticas específicas de desenvolvimento também podem ser listadas em outras categorias (por exemplo, a orientação pode ser um programa em práticas de desenvolvimento ou um relacionamento entre pessoas), mas muitas vezes, é importante identificar os mecanismos de suporte organizacional e de gerenciamento para garantir desenvolvimento de cultura.

Práticas de Aprendizagem Experiencial

A categoria de práticas de aprendizagem experiencial lista o que alguns dos indivíduos fazem (sozinhos ou com outros) para que as experiências façam sentido, transformando-as em conceitos, ideias e orientação para ações futuras. Quando você pede às pessoas que descrevam como elas aprendem, um fator que quase sempre surge é aprender fazendo. O desenvolvimento profundo de habilidades é facilitado através de prática e reflexão, e novos conhecimentos são criados através da ação e colaboração. Um designer ou líder de aprendizagem não cria, necessariamente, essas experiências, mas pode haver maneiras de promover tipos específicos de experiências e nutrir a aprendizagem deles, sobretudo, disponibilizando ferramentas de autoavaliação e reflexão para os alunos. O feedback construtivo é, muitas vezes, uma parte essencial desse processo de aprendizagem.

Motivação e Autodireção do Aluno

Subjacentes a todas essas categorias de componentes estão a motivação do aluno e a autodireção da aprendizagem. Os alunos precisam escolher aprender, razão pela qual, sem algum grau de motivação, pode-se comprometer a aprendizagem. (É verdade que a aprendizagem pode acontecer sem a escolha consciente, mas o tipo de necessidades de aprendizagem que estamos discutindo é mais frequentemente aquele que os alunos precisam reconhecer e escolher abordar.) A motivação do aluno é a base para a aprendizagem em todas as categorias, e os componentes que promovem a motivação e a autodireção também podem ser encontrados em todas elas. Você pode imaginar que algumas leituras (recursos) possam ser inspiradoras, levando as pessoas a quererem aprender mais, ou que alguns líderes de pensamento (pessoas) possam provocar e estimular os potenciais alunos, de maneira que estes estejam “a bordo”. A motivação, então, é promovida por vários componentes diferentes (embora ela não seja, necessariamente, todos eles).

Estudo de caso

Uma equipe multidisciplinar estuda os melhores recursos para o desenvolvimento de uma plataforma que será direcionada aos funcionários de uma empresa automobilística.

A empresa necessita desenvolver capacitações para todos os colaboradores por meio de universidade corporativa; assim, precisará desenvolver sua plataforma, pensando nos diferentes níveis hierárquicos.

Quais os principais componentes que a equipe deverá levar em consideração?

Saiba Mais

Leia o texto seguinte de Mohammed Ally, intitulado Aprendizagem online é em rede, colaborativa: para o aluno não ficar estudando sozinho a distância

Disponível em: <https://bit.ly/33Sf6Tr>.

Aprendizagem na educação online: análise de conceito

Disponível em: <https://bit.ly/JAu17ah>.

Na ponta da língua

REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS

Lombardozzi, C. (2015). Learning environments by design. Alexandria: Association for Talent Development.

LEARNING THEORIES AND THE DESIGN OF E-LEARNING ENVIRONMENTS - EDU620-2.1

Design de Ambientes de Aprendizagem

Imagens: shutterstock

Livro de referência:

Learning Environments by Design

Catherine Lombardozzi

Alexandria: Association for Talent Development, 2015

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